Thaís Teodoro

Seja bem vindo ao meu blog! Escrever é parte da história, é ser quem você é.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Doce Doce


Sempre fui fã de carinhos. Aquele que vem sem a gente pedir. Que toca não só a pele, mas toda a alma. Acho que é mais um dos indícios de que eu sou romântica, mesmo sem querer ser. Me dei conta disso recentemente, é uma confusão de sentimentos. Ao mesmo tempo que parece brega e chato todo aquele melodrama, tem uma hora que faz falta um draminha particular, uma baguncinha ou alguma forma de ser brega sem ver, sem perceber. Acho que meu problema sério é esse, tentar controlar algo que eu sou.

É simples se perder quando não se quer mostrar tudo o que você é, é fácil se perder quando você quer ser séria, quando tudo que você quer demonstrar é uma expressão séria e intocável. Quando na verdade, tem uma menininha que não sabe agir, que não sabe escolher e muito menos tomar partido em um grande problema. Algumas coisas nos fazem pensar o quão preparados estamos na vida para encarar certas situações. É fácil, simples, a gente tem um roteiro e deve seguir ele, um plano perfeito, até algum ingrediente nessa receita perfeita dar completamente errado. É complicado ser intensa, e eu sei que sou assim, não sei resolver tudo na calmaria, sempre tem um lado que não se encontra uma decisão tão básica. E a minha máscara de menina forte desmorona mais uma vez, não na frente da plateia.

Me tornei mais fria do que eu sempre pensei que seria um dia, me tornei indiferente a determinadas situações, e sei que isso aconteceu sem que eu me desse conta. O único problema é que será que essa frieza vale de alguma coisa? É uma máscara, que criamos e que talvez seja só isso, uma fuga de problemas que nunca serão desgrudados do que nos tornamos. Eu ainda penso em sorrisos, em abraços e em palavras que sempre se repetirão na minha cabeça, e isso faz parte de quem eu sou hoje. Ser fria talvez não seja a palavra certa, mas protetora. Se proteger dos tombos que a vida dá, dos empurrões. É como uma criança que tem medo dos primeiros passos quando já está com os joelhos vermelhos de tanto tentar, ela quer aquilo mais do que tudo, entretanto, tem medo, pois ainda sente a dor. É assim que nos tornamos frios, temos medo de uma dor de novo, é simples demais a gente querer andar, o mais difícil é conviver com a dor nos joelhos depois.

E depois disso, não me culpo por ser apaixonada por carinhos, talvez eu nunca tenha me importado com as dores no joelho, porque eu sei que depois deles o abraço e o sorriso que eu vou receber valem ainda mais. Só que pra isso ainda é necessário confiança, e é por isso que ainda vou me enganando, e sendo fria enquanto a vida me mostrar que essa máscara ainda é importante, e que não vão me julgar quando eu quiser ser romântica, porque as coisas acontecem assim, ao mesmo tempo em que nos vemos despreparados pra uma nova realidade ela bate a nossa porta nos dando um abraço de urso, daquele que qualquer máscara e qualquer rainha do gelo se esquece dos problemas e tudo que se escolhe é que nada mais importa, só aquele carinho que aquece toda alma. E depois disso? Depois disso eu vou continuar sendo eu na mesma intensidade, tendo um pedaço de mim ali, perdido em um problema que talvez eu queira me perder e que eu queira ser a romântica diante da minha plateia.