Thaís Teodoro

Seja bem vindo ao meu blog! Escrever é parte da história, é ser quem você é.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Todo mundo precisa


Acordar com uma notícia triste. Quem nunca? Daquelas que fazem o seu dia que acordou ensolarado ser triste. O problema é quando a notícia é forte demais. Quando o sentimento não pode ser descrito. Aquele tapa na cara que vem pra te fazer enxergar determinadas coisas na vida. Engraçado como a gente precisa de um sacode pra entender e mudar estilos de rotina. E talvez, seja preciso um banho de água fria desses pra gente passar a valorizar. Valor nas coisas simples, nas pessoas simples. A gente sempre busca a pessoa perfeita, o que faz com que as pessoas simples que estão do nosso lado todos os dias, pessoas de verdade que nos passam sentimentos verdadeiros sejam esquecidas.

Eu sempre fui apegada a tudo na vida, nunca me culpei por isso, mas nunca achei que pudesse ser uma qualidade. Nunca consigo me despedir de um amigo que seja breve. Perder alguém se torna uma dor inexplicável no meu mundo. É parte da intensidade do que eu sinto. E como eu disse, nunca me culpei por isso.

De repente, sentir demais se torna um fardo. As cargas de sentir as perdas vem pesadas demais. Algumas vezes a dor de saber que ninguém na sua vida vai ser eterno já dá um calafrio e vem a frustração. Dessa vez, a notícia pesou, congelou um pouco da esperança que eu vinha tendo. E aos poucos, eu fui descobrindo o porquê. Na nossa vida, em todo o caminho que a gente percorre, existem pessoas. Pessoas das quais nos ensinam a ser melhores ou até piores, mas sempre nos ensinam algo. Existe um termo bonito e ambíguo pra descrever um pouco do que eu acredito ser, e ele é “colecionar pessoas”. Quando se leva pra parte de objetificar ela nunca vale a pena ser usada, porém no meu mundo, eu vejo colecionar pessoas como um aprendizado. Colecionar o que de melhor elas nos ensinam. E eu sou desse tipo de pessoa, coleciono um pouquinho de cada uma que já caminhou ou caminha comigo.

Sou do tipo de pessoa que se pudesse levaria todos comigo, em cada esquina da minha vida. Gostaria que em cada escolha certa e errada houvesse um pouco dessas pessoas comigo. Talvez seja por isso que eu sofra tanto. Eu sinto a perda. E isso me faz humana. Essa semana, mudei um pouco do meu modo de pensar. Sempre achei que quando procurasse alguém que não via há tempos ia parecer uma louca, uma forçante. Hoje, eu vi que não é bem assim. Eu vi que quando procuro alguém, eu demonstro o valor dela na minha vida. E penso mais, como seria maravilhoso se todo mundo soubesse a falta que faz na nossa vida? Quantas pessoas iriam embora com a certeza de que eram realmente amada?

O nosso mal tem sido esse. Nos achamos suficientes e ninguém parece precisar mais de ninguém. E de fato não precisa, só que a vida fica muito mais tranquila quando a gente tem outra pessoa do lado. E não é relacionamento perfeito, duradouro. Os melhores, são aqueles em que não importa distância, não importa o que haja, os momentos felizes e de aprendizado sempre serão os melhores. Nós não somos autossuficientes, e precisar de alguém não é defeito algum. Acordar pra isso é preciso! É preciso que entendamos que as pessoas que fizeram ou fazem parte da nossa vida não são descartáveis, e muito menos os sentimentos que temos por elas. Cada sorriso, cada piadinha, cada zoeira que gerou uma briguinha é um aprendizado, é uma marca de alguém na nossa vida que nos ensina a ser quem somos. E porque descartar isso? Todos nós vamos perder alguém. Conforme se, mas tem uma coisinha que podemos fazer nesse tempo, e é valorizar. Tudo o que devemos fazer, a nossa única missão, é dar valor nas pessoas. Valor em quem realmente acrescente. Em quem realmente vive e viveu uma história.