Thaís Teodoro

Seja bem vindo ao meu blog! Escrever é parte da história, é ser quem você é.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Só deixa


Certo dia parei pra analisar um pouco das minhas escolhas, do que fez com que meu caminho chegasse aqui, da pessoa que fui, das pessoas que colecionei. Tudo, mesmo fazendo parte de quem eu sou, da pessoa que eu construí, merece ser ponderado, até que ponto carregar bagagens velhas, que só são pesadas e nada mais, vai interferir na qualidade da pessoa que eu pretendo ser. E é aí que entra o problema, talvez nunca saber deixar ir, essa mania boba de colecionar sentimentos, de manter pessoas que talvez nunca mais serão as mesmas.

Uma das coisas que eu sempre repito ao acordar é que existem pessoas e pessoas, tanto na minha vida quando no mundo em geral. Ninguém nunca vai ser igual. A pessoa que eu mesma fui ontem, tá longe de ser igual a que sou hoje e espero que não seja a que serei amanhã. As mudanças fazem parte de acreditar no que deve ser prendido e no que deve ser desapegado. Pra mim, essa é a parte de levar um desapego a sério, se desprender do que não lhe é útil, se desprender do que te faz mal, do que não te eleva. Essas pessoas devem ser deixadas, não merecemos carregar a bagagem de gente que não é uma pessoa de verdade.

Cultivar um sentimento que você teve por alguém em algum momento tem dois lados, e são eles que devem ser olhados quando você, ao final do ano, for fazer um limpa de emoções pra recomeçar. Primeira coisa, o quanto essa pessoa tem vindo procurar saber de você é um medidor fundamental, afinal, pra que é que você vai continuar levando a bagagem de alguém que nem sabe que você tem miopia? O problema não é a pessoa não saber detalhes da sua vida, é ela não se importar por uma coisa óbvia que até o Seu Zé da padaria sabe. Essa pessoa nunca vai se importar com seu exame de vista, quem dirá com a sua vida, deixe ela no passado, ela não será outra pessoa amanhã. Segunda dica, nunca, NUNCA, desista da pessoa que você é pra agradar a outra. A partir do momento que você faz isso, a outra pessoa não te merece, seja em qualquer relação, quando você tem que se sujeitar a ter pensamentos diferentes do seu deixou de ser saudável, e aí amiga, e aí que ninguém merece esse peso de papel na vida, acelera e esquece disso.

Uma das coisas mais importantes que aprendi na vida é que tudo um dia passa. Não importa a intensidade do sofrimento, ninguém foi feito pra sofrer o tempo todo. Se tá muito ruim é porque uma hora tem coisa boa chegando. Só que em contrapartida disso, o que é bom nunca vai chegar se você prende o que é ruim. Você nunca vai ver a oportunidade melhor chegando se você se cega e se sente confortável no mais ou menos. Ninguém deveria viver com o mais ou menos, isso não tem graça. Todo mundo deveria ser completo, e o que não é? A gente simplesmente tem que fazer uma coisa que ouvi muito hoje: Deixe ir!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Todo mundo precisa


Acordar com uma notícia triste. Quem nunca? Daquelas que fazem o seu dia que acordou ensolarado ser triste. O problema é quando a notícia é forte demais. Quando o sentimento não pode ser descrito. Aquele tapa na cara que vem pra te fazer enxergar determinadas coisas na vida. Engraçado como a gente precisa de um sacode pra entender e mudar estilos de rotina. E talvez, seja preciso um banho de água fria desses pra gente passar a valorizar. Valor nas coisas simples, nas pessoas simples. A gente sempre busca a pessoa perfeita, o que faz com que as pessoas simples que estão do nosso lado todos os dias, pessoas de verdade que nos passam sentimentos verdadeiros sejam esquecidas.

Eu sempre fui apegada a tudo na vida, nunca me culpei por isso, mas nunca achei que pudesse ser uma qualidade. Nunca consigo me despedir de um amigo que seja breve. Perder alguém se torna uma dor inexplicável no meu mundo. É parte da intensidade do que eu sinto. E como eu disse, nunca me culpei por isso.

De repente, sentir demais se torna um fardo. As cargas de sentir as perdas vem pesadas demais. Algumas vezes a dor de saber que ninguém na sua vida vai ser eterno já dá um calafrio e vem a frustração. Dessa vez, a notícia pesou, congelou um pouco da esperança que eu vinha tendo. E aos poucos, eu fui descobrindo o porquê. Na nossa vida, em todo o caminho que a gente percorre, existem pessoas. Pessoas das quais nos ensinam a ser melhores ou até piores, mas sempre nos ensinam algo. Existe um termo bonito e ambíguo pra descrever um pouco do que eu acredito ser, e ele é “colecionar pessoas”. Quando se leva pra parte de objetificar ela nunca vale a pena ser usada, porém no meu mundo, eu vejo colecionar pessoas como um aprendizado. Colecionar o que de melhor elas nos ensinam. E eu sou desse tipo de pessoa, coleciono um pouquinho de cada uma que já caminhou ou caminha comigo.

Sou do tipo de pessoa que se pudesse levaria todos comigo, em cada esquina da minha vida. Gostaria que em cada escolha certa e errada houvesse um pouco dessas pessoas comigo. Talvez seja por isso que eu sofra tanto. Eu sinto a perda. E isso me faz humana. Essa semana, mudei um pouco do meu modo de pensar. Sempre achei que quando procurasse alguém que não via há tempos ia parecer uma louca, uma forçante. Hoje, eu vi que não é bem assim. Eu vi que quando procuro alguém, eu demonstro o valor dela na minha vida. E penso mais, como seria maravilhoso se todo mundo soubesse a falta que faz na nossa vida? Quantas pessoas iriam embora com a certeza de que eram realmente amada?

O nosso mal tem sido esse. Nos achamos suficientes e ninguém parece precisar mais de ninguém. E de fato não precisa, só que a vida fica muito mais tranquila quando a gente tem outra pessoa do lado. E não é relacionamento perfeito, duradouro. Os melhores, são aqueles em que não importa distância, não importa o que haja, os momentos felizes e de aprendizado sempre serão os melhores. Nós não somos autossuficientes, e precisar de alguém não é defeito algum. Acordar pra isso é preciso! É preciso que entendamos que as pessoas que fizeram ou fazem parte da nossa vida não são descartáveis, e muito menos os sentimentos que temos por elas. Cada sorriso, cada piadinha, cada zoeira que gerou uma briguinha é um aprendizado, é uma marca de alguém na nossa vida que nos ensina a ser quem somos. E porque descartar isso? Todos nós vamos perder alguém. Conforme se, mas tem uma coisinha que podemos fazer nesse tempo, e é valorizar. Tudo o que devemos fazer, a nossa única missão, é dar valor nas pessoas. Valor em quem realmente acrescente. Em quem realmente vive e viveu uma história.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Você mudaria?


A vida sempre tem dessas de te jogar na cara coisas que você nem imaginava que aconteceriam. Eu sou constante vítima disso. Bato o pé e digo que não, semanas depois a vida vem como um tapa e me joga na cara que não é assim. Uma das coisas que eu aprendi com isso é que não importa o que você queira, você terá o que cultivou. Várias foram as vezes que reclamei que algo não estava indo bem como queria, quando na verdade, todas as minhas ações foram pra que aquilo realmente não desse certo.

Inúmeras vezes pensamos em algo como se fosse o nosso objetivo de vida, como se a nossa vida só fosse dar certo daquela maneira. Quando na verdade, existem muitos outros caminhos a serem trilhados. Cada escolha que a gente faz pensando a certa, pode nos levar a um lugar completamente do que queríamos estar, o que não quer dizer que é o nosso lugar certo. Uma das coisas que nos afasta daquilo que merecemos é o medo de tentar. Algumas vezes, e não foram poucas, eu desisti do que achava que podia conseguir por simples medo. E medo de que? Medo de mudar, medo de ser diferente, quando na verdade o que eu precisava era isso: que fosse diferente.

Me acostumei com as vezes em que levanto da cama e sei exatamente onde as coisas estão e para onde elas vão. E assim a vida se acostumou pra mim. É o caminho que eu cultivei pra mim, e não é de hoje. Se hoje a sensação que me consome não é das melhores, é porque um dia achei que deveria viver assim. E quem disse que não erramos nos nossos achismos? Só que a vida, ela nunca toma nenhuma decisão por nós, o único dever que ela tem é nos mostrar que tá tudo errado e a gente tem que torcer pra ainda ter tempo de recomeçar. Essa é a palavra chave dos nossos caminhos: Recomeço.

Com todas essas viradas que a vida dá, esse caminho torto em que eu me coloquei e que a vida foi obrigada a me manter, eu aprendi uma coisa, e somente uma: nada nesse mundo vem sem que a gente queira. NADA! É tudo uma questão de ação e reação. Se eu piso em um lugar que não deveria, hoje pode não dar nada, mas amanhã muita coisa pode mudar por um simples passo, por uma simples atitude que eu resolvi mudar. O que acontece com a gente é isso. Tomamos uma decisão, lá trás, em meio a tantas mudanças e a tantos pensamentos, e hoje isso reflete no lugar que estamos, nas pessoas que somos e na que queremos ser daqui pra frente. Qualquer palavra que sai da sua boca hoje, pode ser o seu destino de amanhã. E o que você pensa hoje, pode te colocar num lugar que você nunca pensou amanhã. Uma das maiores verdades que já ouvi é que tudo é mutável. Depois que ouvi isso, aprendi que tudo é mutável sim, basta que nós saibamos o que queremos mudar e o quanto estamos dispostos a assumir as nossas escolhas daqui pra frente.

O medo é só mais um obstáculo pra não procurarmos o novo, pra não sairmos das nossas caixinhas. E é só isso que o arrependimento espera pra atacar. Ele espera que não sejamos nós, que tomemos escolhas baseadas na nossa rotina. O que seria de nós se tudo fosse um planejamento É por isso que o futuro não em um script, é tudo mutável, bem como o que somos e o que vamos ser. Só nunca devemos esquecer que tudo, absolutamente tudo, faz parte de mim, de você, de nós. As coisas nunca acontecem sem que tenhamos mudado, ao menos um pouco. O futuro é isso, aquele caminho tortuoso que a gente escolhe caminhar, mesmo sem ver o final, mesmo sem ver a estrada, sabe porque? Porque o final vamos ser quem escolhemos ser, seja pro bem ou pro não tão bem assim.

domingo, 30 de agosto de 2015

Os "inhos" da Vida


Você acha que é indispensável. Todo mundo acha que é. Ninguém é na verdade. Tudo que pode ser feito por você, pode ser aprendido e feito por outra pessoa. Fui dura? Aprenda, as coisas serão assim de agora para frente. Quando a gente é pequeno sempre escuta as pessoas suavizando tudo que acontece com a gente, “foi só um machucadinho” eles dizem, colocam um inho pra que você não dê importância a mais um “machucadinho”. Nos fazem sentir maiores e grandes diante de tudo. E realmente somos. E sabe porque? Porque acreditamos nisso. Não questionamos, não vamos atrás. Somos grandes pois acreditamos ser grandes. E essa é uma lição que deveria ser levada adiante, pena que essa magia acaba.

Um tempo depois começamos a ver, e a ouvir, que não temos machucadinhos, que não sentimos dorzinhas. Elas passam, depois de um tempo, a serem dores, a serem machucados. Nem um pouco suaves, machucam, doem e a gente deve agora sentir a dor e tentar entender porque. Antes um beijinho era remédio, hoje até o merthiolate que não arde doi. Sabe porque tudo muda assim? Porque paramos de acreditar que somos grandes. Começamos a questionar se o que fazia de nós fantásticos ainda existe. E por incrível que pareça, muitas vezes, a resposta é não. Perdemos a mágica de sermos incríveis por simplesmente sermos. Queremos ser sensacionais para os outros e esquecemos que devemos ser antes a pessoa mais maravilhosa pra nós mesmos. Deveriam nos ensinar que a magia de nos considerar grande não deveria acabar. Devemos ser grandes, porque queremos ser, e não porque alguém acha que é preciso um motivo.

Só seremos indispensáveis quando fizermos tudo o que queremos com a cabeça somente no nosso amor. É isso que nos move. É isso que fazia com que os inhos controlassem a nossa dor. Havia amor quando era dito que aquela dorzinha ia passar. Éramos indispensáveis porque acreditávamos nisso. É uma magia se considerar incrível, e ninguém deveria perder isso. É por achar que sou incrível, que sou foda que vou atrás do que eu quero e sinto que sou ainda melhor do que eu pensava. Que eu sou indispensável, talvez não pra você, não pra ele, mas que sou indispensável pra mim mesma. Que quando olhar no espelho vou ver a pessoa que eu nunca poderei dispensar, afinal, ela é incrível.

domingo, 23 de agosto de 2015


Quantas vezes eu não sonhei com a pessoa que eu era, com a que eu deveria ser e com aquela que me tornei? Cada dia mais eu percebo que cada uma dessas interferiu e interfere diretamente em quem eu busquei me tornar hoje. Sempre tive a mania de me doar demais, eu sempre fui aquela que não teve medo de levar a culpa por algo que não tinha feito pra livrar a dor do amiguinho, o que eu me arrependia logo após a primeira chinelada. Essa era a garota que eu era, que ia sendo moldada e transformada a cada castigo. Mesmo que não tomasse a atitude esperando algo em troca, as coisas que vinham como consquencia eram dolorosas e não faziam, para mim, o menor sentido.

Desde criança, quem é que não faz planos sobre o que vai ser quando crescer? Aquela idealização que nunca vamos chegar nem perto. É um dos nossos sonhos, que talvez nunca alcancemos, mas sempre vão estar lá, pra despertar algo que nos lembre o quanto é bom pensar em um mundo que talvez nunca exista, mas que em algum lugar você seja alguém completamente diferente. A pessoa que eu sempre quis ser tá longe de ser quem eu realmente sou. Aquela que eu idealizei um dia, nunca chegou a existir. Aquela parte em que decidi que não me fariam mais de boba, que eu não seria mais deixada para tras, foi só a primeira de muitas que já aconteceram e que provavelmente vão acontecer.

A que me tornei, bom, essa é complicada, cheia de manias bestas, interferências que nunca vão ser claras nem para mim. Me transformei numa pessoa cheia de bagagens, cheia de medos que nunca vão se dissipar. A pessoa que eu me tornei nunca consegue esquecer a que ela queria ser. Esse é um dos motivos pelo qual qualquer decisão que eu já tenha tomado se torna pesada demais. Me sinto sozinha quase todos os dias, e não é defeito falar sobre isso. Acho que todo mundo deveria escolher um tempo e se fechar para balanço. As vezes tomamos decisões sem saber o verdadeiro rumo que a nossa vida tá tomando, e isso, pode mudar a pessoa que queríamos ser para aquela que somos.

Me sinto sozinha porque prefiro ter a ideia do que passa comigo antes de abrir isso para o mundo, abrir para as pessoas que dizem estar comigo. Falar é muito fácil, qualquer um abre a boca pra dizer o quanto você é importante. Difícil são essas pessoas entenderem quando você precisa de alguém, nem que seja pra assistir seriado e jogar conversa fora. Eu tenho medo que as pessoas tenham encontrado uma versão de mim que não tem simpatia. Uma versão de mim que não consegue mais se enturmar. Eu tenho medo que as pessoas não tenham conhecido aquela pessoa que eu era, porque a que eu me tornei é muito chata e não convence ninguém de que preciso de companhia. Hoje eu só paro, observo as pessoa que sempre julgaram tomando seus caminhos, alguns apostando em direções que parecem certas e outros nem tanto, mas eles estão indo, enquanto eu só paro e observo. Me tornei telespectadora da minha história. Assisto ela de fora, sem coragem de criticar os autores, só esperando um final com chave de ouro que vem dos diretores.

Eu sou a minha própria ilha. Eu tenho as minhas próprias ideias e sigo os meus próprios medos. Talvez ninguém esteja preparado pra ancorar nas minhas praias e explorar todo o meu potencial, isso porque eles tem medo do que não conhecem e não sabem decifrar, e isso meu amigo, nem eu sei se um dia vou saber me entender. Só peço que eu consiga carregar a bagagem que eu sou, a ilha que me tornei e que não precise de colonizadores que só destruam o que restou. Só quero crer mais e me tornar uma pessoa mais doce. Afinal, não é porque não sou uma ilha que não posso me tornar a Fantastica Fábrica de Chocolate. Quem sabe sobre quem eu serei daqui dois dias? Nem você. Talvez nem eu. Talvez nem Ele.

domingo, 24 de maio de 2015

Ficar


Durante um bom tempo eu pensei que ficar sozinha talvez fosse a melhor opção que eu poderia escolher pra minha vida. Todo aquele histórico terrível, a desastrosa habilidade de não conseguir caminhar, de forma real, com alguém do meu lado, com alguém a quem precisasse dar satisfação. De repente as coisas mudam, a gente pensa que nunca vai precisar de ninguém pra ser feliz, que podemos ir ao cinema, sair pra comer, sair pra dançar, tudo isso sem precisar de ninguém. Mas até que ponto isso se torna uma verdade absoluta? Até que ponto isso não faz parte de um conto de fadas invertido que surgiu numa cabeça lotada de criatividade?

O mais engraçado é como aquela velha frase clichê de que a vida é uma roda gigante encaixa tão bem em alguns momentos. Incrível é como ficar sozinha agora já não parece fazer tanto sentido como antes. Sabe quando a gente escuta aquele conselho dos mais velhos que diz que tudo na vida tem uma fase? Só agora aprendi o valor de ouvir isso. Realmente, a vida é feita de fases. Aos poucos, vivendo de erros e acertos, a gente aprende que quem faz cada momento que a gente quer viver são as nossas escolhas. O modo como a gente encara as decisões e toma elas é quem define quem fica e quem vai.

Amadurecer talvez não é se tornar um chato quadrado e careta. Quando encarei o espelho e admiti que amadureci, que cheguei a conclusão de que coisas que me eram ditas foram certas e saber como delimitar dentro da minha vida o que fazer, ou não, é que percebi a real necessidade da fase em que estou. Uma das coisas que eu mais desejei na minha vida foi que me tornasse uma pessoa fria. Hoje tenho medo da pessoa que eu me tornei, não sei até que ponto a frieza me fez e o quanto ela pode mudar a essência da base que eu tenho.

Outra coisa boba que interfere completamente em como a gente vê o jeito que é, é o nosso orgulho. Caramba, como o orgulho nos molda de uma maneira diferente do que somos. E isso não quer dizer que seja uma coisa boa, e muito menos que seja uma coisa ruim. Amadurecer pra certos assuntos e permanecer inalterado em outras, talvez tenha sido a melhor escolha que eu fiz, ainda é cedo pra saber em qual fase a vida está. Uma das únicas coisas que tenho certeza, por hora, é de que aquele pensamento de que caminhar sozinha era mais fácil, talvez não seja mais o que permanece.

Durante muito tempo eu tive medo de tomar decisões e isso mudou a forma como tudo tem sido, mas hoje eu percebi que esse tempo me fez bem, e que hoje ele é nada mais do que passado. É tempo de fazer escolhas, tempo de se conhecer. É tempo de assumir que nunca vou conseguir ser uma pessoa totalmente fria, é tempo de assumir que não consigo viver sozinha, e espero que nunca consiga. Me tornando mais velha, me tornei mais criança, mais medrosa, mais um pouco de mim, do que sempre fui debaixo das camadas. Debaixo do orgulho e da vontade de não pertencer a alguém. Hoje, choro atoa, me apaixono por mocinhos de filmes de drama. E o mais engraçado é que mesmo não querendo, hoje eu odeio ficar sozinha, imploro por atenção e preciso sempre de alguém caminhando comigo. E por pior que pareça, não me condeno por isso, por que é uma fase, logo passa e se não passar é mais aprendizado, e é parte de quem sou, é parte da minha decisão de ficar.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Escolha ser


Sabe aquele velho clichê que a gente sempre escuta “Ah, você espera que as pessoas ajam exatamente como você é com elas”? Descobri que no meu caso ela não é verdade, no meu caso, ela pode ser distorcida totalmente. Eu me doô demais e nem todas as vezes eu espero isso das pessoas. Claro que existe a esperança de alguma coisa, mas nunca de que elas sejam como eu. Sabe aquela coisa chamada intensidade? Ela nunca foi uma coisa em que eu consegui impor limites. Eu sou intensa, e não sei se infelizmente ou felizmente, as coisas são de uma maneira bem maior pra mim.

Sempre falei que coisas pequenas não me impressionariam, que eu queria coisas diferentes, que mudassem a minha forma de encarar as coisas. O negócio mais engraçado é que eu sempre falo, e na hora de agir as coisas saem completamente diferente. Parece até que a vida já fica esperando uma frase e esperando a hora de jogar aquilo na cara. Ultimamente eu tenho me encantado com as coisas básicas. Acho que a minha intensidade tem tomado partes demais da minha vida, é ela quem tem tomado muitas decisões na minha vida, muito a frente da minha emoção e anos luz de distância da minha razão.

É como se a vida fosse só muito complicada ou fácil demais. Nunca tem um meio termo, é sempre aquela cilada louca que eu nunca sei qual caminho tomar. Se tá fácil demais, é porque algo tá errado, ou acaba ficando entediante e eu não quero mais na minha frente. Se tá complicada demais me tranco no quarto e não quero ver nem a sombra. Talvez a intensidade tenha me tornado o problema de todas as questões. De não ver esse meio termo onde ele existe.

Eu não espero nada de ninguém, eu só sou assim. Eu me entrego demais em toda e qualquer relação, e eu não quero, nem posso, mudar isso. Pode ser que muitas vezes isso me encha de machucados, mas eu sou assim. Eu quero viver essa intensidade que já aceitei que eu sou. E quem não puder me aceitar assim, ou saber lidar com toda a minha intensidade não merece a minha entrega e não merece estar na posição que ocupa na minha vida. Eu só aprendi a gostar de uma parte que tem sido tudo de mim, uma parte que tem sido quase totalmente eu, e que além disso, tem feito as minhas escolhas. Hoje, eu aceito que a minha intensidade pode ser meu maior defeito, mas não vai ser assim se eu a tratar como a melhor qualidade. Só basta que eu escolha como vou me olhar no espelho, a vilã e a mocinha tem a mesma cara, tudo depende de como você olha, e saber se olhar nesse espelho da vida, é definir quem você quer ser, valorizando quem você é, seja defeito, seja qualidade, seja você, seja toda intensidade.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Ser prioridade


Uma ideia que muitas vezes consegue mexer comigo é a ideia de ser importante pra alguém, ou de reconhecer que alguém é importante pra mim. Parece que vez ou outra na vida temos a vontade de ser importante pra alguém, ou que não seja pra alguém mas diante algumas pessoas. Talvez ser notado como algo que faz a diferença, que foge a mesmice faz com que busquemos essa ideia de importância de qualquer forma, o que me deixa confusa. E sabe o que é engraçado? Não é, e nunca foi errado querer ser importante, querer ser alguém que se destaca, seja em qualquer lugar.

Nunca soube lidar muito bem com a minha importância na vida das pessoas, e com isso não soube julgar cada uma desse jeito também na minha vida. Sempre fiz escolhas erradas, por nunca saber como eu era, ou não, importante nas vidas da pessoa. O negócio é a gente acordar com aquele bichinho que faz a gente entender a reciprocidade. E o lance é você entender que não se torna importante na vida de alguém por acidente. E muito menos alguém se torna o que é na sua vida sem querer. Todas as atitudes que tomamos hoje, sejam elas pensadas ou não nos levam para um caminho, e nem sempre é o que a gente queria. O que também não quer dizer que não seja o melhor.

Acordamos algumas vezes com a vontade de ser diferente, de fazer diferente, de se notar importante e falhamos brutalmente nisso quando forçamos o ser importante, quando forçamos uma ocasião em que alguém se apegue a nos. Parece que quando ficamos obcecados em algo as coisas nunca fluem como deve ser, e isso pode contribuir pra maioria desses casos resultar em uma grande poça de nada. A vontade de ser mais do que a gente realmente é acaba por quebrar todo o clima de se fazer valer na vida de alguém. É até engraçado pensar como isso pode ser reverso, mas que acontece. As coisas mecânicas hoje estão na moda, mas isso talvez seja uma das poucas coisas que ainda nos lembrma do pedacinho humano, se aproximar, querer e ser importante e não ter importância. Ser é bem mais do que o ter, mesmo em questões que não são ecônomicas, principalmente nessas.

Talvez seja a hora de rever a vida, de rever prioridades que você dá a alguém. Se você quer que alguém faça parte da sua vida tem que ser por sua total vontade e porque de alguma forma aquela pessoa contribuiu pro que você é hoje. Não dá pra querer promover alguém a certa importância na sua vida quando ela não vê que a atenção que você tá dando pra ela é a parte mais importante de tudo isso. Porque não adianta, quem não te vê exatamente como você é agora, talvez nunca veja de verdade quem você é. A coisa que mais deve ser valorizado em todas as decisões que nós tomamos hoje é quem nós somos, a prioridade, o primeiro lugar no pódio é quem nós verdadeiramente somos, depois disso é que vem outros rumos. A sua prioridade é, e sempre deve ser você. E alguém que não conhece cada palmo da pessoa intensa e apegada que você possa ser não merece nem o esforço de uma chance. O mais importante é você sempre acreditar no que é, sem se importar com os outros, afinal, eles sempre serão só os outros.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Doce Doce


Sempre fui fã de carinhos. Aquele que vem sem a gente pedir. Que toca não só a pele, mas toda a alma. Acho que é mais um dos indícios de que eu sou romântica, mesmo sem querer ser. Me dei conta disso recentemente, é uma confusão de sentimentos. Ao mesmo tempo que parece brega e chato todo aquele melodrama, tem uma hora que faz falta um draminha particular, uma baguncinha ou alguma forma de ser brega sem ver, sem perceber. Acho que meu problema sério é esse, tentar controlar algo que eu sou.

É simples se perder quando não se quer mostrar tudo o que você é, é fácil se perder quando você quer ser séria, quando tudo que você quer demonstrar é uma expressão séria e intocável. Quando na verdade, tem uma menininha que não sabe agir, que não sabe escolher e muito menos tomar partido em um grande problema. Algumas coisas nos fazem pensar o quão preparados estamos na vida para encarar certas situações. É fácil, simples, a gente tem um roteiro e deve seguir ele, um plano perfeito, até algum ingrediente nessa receita perfeita dar completamente errado. É complicado ser intensa, e eu sei que sou assim, não sei resolver tudo na calmaria, sempre tem um lado que não se encontra uma decisão tão básica. E a minha máscara de menina forte desmorona mais uma vez, não na frente da plateia.

Me tornei mais fria do que eu sempre pensei que seria um dia, me tornei indiferente a determinadas situações, e sei que isso aconteceu sem que eu me desse conta. O único problema é que será que essa frieza vale de alguma coisa? É uma máscara, que criamos e que talvez seja só isso, uma fuga de problemas que nunca serão desgrudados do que nos tornamos. Eu ainda penso em sorrisos, em abraços e em palavras que sempre se repetirão na minha cabeça, e isso faz parte de quem eu sou hoje. Ser fria talvez não seja a palavra certa, mas protetora. Se proteger dos tombos que a vida dá, dos empurrões. É como uma criança que tem medo dos primeiros passos quando já está com os joelhos vermelhos de tanto tentar, ela quer aquilo mais do que tudo, entretanto, tem medo, pois ainda sente a dor. É assim que nos tornamos frios, temos medo de uma dor de novo, é simples demais a gente querer andar, o mais difícil é conviver com a dor nos joelhos depois.

E depois disso, não me culpo por ser apaixonada por carinhos, talvez eu nunca tenha me importado com as dores no joelho, porque eu sei que depois deles o abraço e o sorriso que eu vou receber valem ainda mais. Só que pra isso ainda é necessário confiança, e é por isso que ainda vou me enganando, e sendo fria enquanto a vida me mostrar que essa máscara ainda é importante, e que não vão me julgar quando eu quiser ser romântica, porque as coisas acontecem assim, ao mesmo tempo em que nos vemos despreparados pra uma nova realidade ela bate a nossa porta nos dando um abraço de urso, daquele que qualquer máscara e qualquer rainha do gelo se esquece dos problemas e tudo que se escolhe é que nada mais importa, só aquele carinho que aquece toda alma. E depois disso? Depois disso eu vou continuar sendo eu na mesma intensidade, tendo um pedaço de mim ali, perdido em um problema que talvez eu queira me perder e que eu queira ser a romântica diante da minha plateia.